Eleições

Sistema eleitoral está ultrapassado e cheio de brechas

Por Raimundo Hermes Barbosa,

Há muito se discute no Brasil a necessidade de uma profunda reforma política que modernize o sistema eleitoral, reduza os gastos de campanha e restrinja as lacunas existentes no sistema atual, entre outras melhorias.

Falta às autoridades políticas do país coragem, e por isso não realizam as mudanças necessárias. Muito porque elas próprias serão prejudicadas, já que os ajustes necessários impediriam diversas manobras que são feitas a cada nova eleição disputada no Brasil.

A grande beneficiada pelas tão aguardadas mudanças na legislação será a sociedade brasileira. Deve-se trabalhar pelo fim das coligações, bem como limitar as contribuições para campanha e criar uma cláusula de barreira que reduza o número absurdo de partidos políticos registrado em nosso país, evitando os que servem para outros, como se fossem “barriga de aluguel”.

A maioria dos partidos – são quase 30 no Brasil – não possui ideologia a ser defendida, tratando-se apenas de meras siglas que vêm à tona durante o processo eleitoral, aproveitando-se, muitas vezes, de personalidades midiáticas, oportunistas e sem qualquer experiência política, que recebem uma grande quantidade de votos e levam consigo outros candidatos sem a menor expressão, eleitos devido ao coeficiente eleitoral.

Em relação às doações para as campanhas eleitorais, é importante que haja um limite para as contribuições, bem como que o financiamento seja, predominantemente, público, pois a contribuição de pessoas jurídicas é fonte de corrupção. Para se ter uma idéia, durante as eleições realizadas em 2010, o valor das contribuições chegou a quase R$ 3 bilhões!

Apesar das cifras exorbitantes, as campanhas são cada vez mais pobres de conteúdo, já que os marqueteiros contratados e responsáveis pela imagem dos candidatos vendem-nos como produtos, transformando o programa eleitoral em um talk show, geralmente de muito mau gosto. Enquanto isso, é cada vez mais raro acompanharmos debates ricos de conteúdo, com a discussão de doutrinas e ideologias políticas.

Por fim, deve-se, também, trabalhar por uma democracia participativa, onde a população tenha a oportunidade de se expressar através de consultas populares, referendos e plebiscitos. Os políticos são eleitos pelo povo, recebem seus salários através dos impostos pagos pelo povo, são eleitos por eles e trabalham para o benefício deles. Portanto, nada mais justo que a população tenha o direito de expressar, continuamente, seus desejos, enquanto que os políticos devem trabalhar para que esses anseios sejam atendidos.


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Raimundo Hermes Barbosa, Presidente da Federação das Associações dos Advogados do Estado de São Paulo – FADESP

Revista Consultor Jurídico,  9 de dezembro de 2011

Eleições

Pelo menos 62% do eleitorado egípcio comparecem à primeira etapa das votações no país, diz Alto Comissariado Eleitoral

03/12/2011 – 11h25

Renata Giraldi* Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente do Alto Comissariado Eleitoral do Egito, Ibrahim Abdel Moez, informou que 62% dos cidadãos votaram nas três regiões do país onde foram realizadas as eleições legislativas – no começo desta semana. Mas os resultados preliminares ainda são mantidos sob sigilo exceto no que se refere aos partidos políticos que obtiveram mais votos por enquanto. Porém, ele comemorou a participação dos eleitores.

“A participação de 62% é a maior na história do Egito”, disse Abdel Moez. Segundo ele, dos cerca de 13,6 milhões de eleitores aptos a votar 8,5 milhões compareceram às urnas. No Egito, o processo eleitoral é feito por etapas e regionalmente. Em 11 de janeiro de 2012, as eleições ocorrerão no restante do país. Em março, há as eleições para as 180 cadeiras da Shura (o Conselho Político).

Mais de 10 mil candidatos disputam as eleições parlamentares para as 444 cadeiras da Assembleia Nacional no Egito que ocorrem em três zonas eleitorais distintas em nove províncias. Dois terços dos parlamentares serão escolhidos por um sistema proporcional com base de uma lista partidária. O terço restante será composto pelos candidatos mais votados, em um sistema de maioria absoluta.

Pelos resultados preliminares, divulgados pelo Alto Comissariado Eleitoral do Egito, os vitoriosos nestas eleições, por enquanto, são o Partido Liberdade e Justiça (JLP) – ligado aos religiosos da Irmandade Muçulmana – e o Nur Al Salafi – considerado um partido liberal.

Se essa tendência for mantida nas próximas etapas das eleições, a Irmandade Muçulmana se tornará a primeira força política no Egito, depois de ter sido proibida durante o governo do ex-presidente Hosni Mubarak – que governou o país por três décadas.

As eleições no Egito ocorreram no momento em que os manifestantes retomaram os protestos nas principais cidades do país. Eles querem o fim do governo militar, que assumiu o poder depois da renúncia de Mubarak em fevereiro, e garantias de preservação dos direitos humanos.

*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur

 

Edição: Aécio Amado